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quarta-feira, 11 de julho de 2012

THE CURIOUS CASE OF BENJAMIN BUTTON de F. Scott Fitzgerald

Título: The Curious Case Of Benjamin Button
Autor: Francis Scott Fitzgerald

A verdade é que eu já terminei Emma (palmas pra mim!), mas quero ver o filme pra poder fazer a resenha, então vai demorar mais alguns dias até ele aparecer aqui, mas saibam que eu já estou no H (de Hobbit) <3

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The Curious Case Of Benjamin Button, ou O Estranho (ou Curioso) Caso de Benjamin Button é um conto escrito por F. Scott Fitzgerald (autor de O Grande Gatsby) em 1922.

O conto fala sobre Benjamin Button, desde as estranhas circunstâncias do seu nascimento até a sua morte.

Por volta de 1860 nasce Benjamin Button, filho de Robert Button, no hospital de Baltimore, numa época em que o normal era se ter filhos em casa. Quando o sr. Button vai ver o seu filho no berçário, ele se depara com uma coisa estranha. O seu filho, que havia acabo de nascer era na verdade um velho com oitenta e poucos anos. Ele logo fica preocupado com o que a sociedade iria pensar, e sem muita escolha, volta para casa com ele, já que o hospital também queria que ele fosse tirado logo dali.

O sr. Button faz de tudo para que seu filho seja criado como uma criança normal, apesar dele ter a aparência e a mentalidade de um velho. Seu pai fazia com que ele raspasse a longa barba, tingisse o cabelo e vestisse roupas de menino.

Benjamin tenta entrar na universidade aos 18, mas é rejeitado porque parecia ter a idade para ser pai de um dos alunos. Ele se casa aos 20 com uma jovem que achava que ele tinha 50 anos. O processo de rejuvenescimento continua enquanto todas as outras pessoas envelhecem ao seu redor. Benjamin vai para a guerra Hispano-Americana, volta, vira dançarino, entra em Harvard dez anos depois de seu filho ter se formado lá. Sua esposa chama o que acontece com Benjamin de "teimosia" e o seu filho de "brincadeira".

A Primeira Guerra Mundial explode e Benjamin é convocado para servir como general, mas não é aceito, pois tinha a aparência de um adolescente. Seu neto nasce e logo depois os dois são matriculados no jardim de infância, e enquanto o bebê vai avançando na escola, Benjamin continua no jardim de infância até que é tirado de lá e ser levado de volta para casa, onde morre num berço, tendo a aparência de um bebê.

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Aqui vai a minha "análise" e depois vou falar do filme, e finalmente falar a minha opinião.

The Curious Case Of Benjamin Button é um conto que foi publicado originalmente numa das revistas em que Fitzgerald normalmente escrevia e mais tarde foi publicado numa coletânea chamada de Jazz Era Stories. 

Esse conto ficou famoso porque foi o primeiro a tratar de um tema parecido, e é um dos mais famosos de Fitzgerald. 

Dá pra ver que tem algumas coisas que foram ignoradas pelo autor, o que faz com que ele não seja realista, mas ele não é necessariamente fantástico. Ele começa quase como uma comédia, mas termina com um tom melancólico.

Começando pelos elementos ignorados pelo autor, vemos que a mãe de Benjamin é completamente esquecida, e lendo o conto, a gente se pergunta como uma mulher que teve uma gestação e um parto normal pôde dar a luz um velho que não tinha tamanho de bebê? Como e por que ele nasce velho e vai ficando cada vez mais novo? 

É claro que Fitzgerald não explica nada disso, porque um dos propósitos dele era mostrar a relação entre pai e filho. Como o sr. Button, a princípio horrorizado com o seu filho, aceita a existência dele e aos poucos se resigna com a sua condição. Ele está o tempo todo mais preocupado com o que vão pensar dele na respeitada alta sociedade de Baltimore, não com os sentimentos de seu filho, e ninguém, durante a história toda se preocupa em descobrir a causa ou a cura para o processo que ocorre com Benjamin, e alguns, como Hildegarde (a esposa de Benjamin) e Roscoe (seu filho), agem como se isso fosse culpa dele.

Depois de ter sido rejeitado pra entrar em Yale, Benjamin aprende que é melhor agir como as pessoas esperam, ou seja, de acordo com a sua aparência, em vez de agir de acordo com a sua idade. Essa é outra crítica de Fitzgerald, mostrando que as pessoas te tratam de determinada forma de acordo com o que você aparenta ser em vez do que você é de verdade.

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Título: O Curioso Caso de Benjamin Button
Título Original: The Curious Case Of Benjamin Button
Diretor: David Fincher
Ano: 2008

Agora vamos falar do filme, que foi baseado no conto, mas que tem muitas diferenças com o conto original.

Benjamin Button nasceu em 1918, na noite em que a Primeira Guerra Mundial teve seu fim. Sua mãe morre durante o parto e seu pai, horrorizado com a sua aparência de um bebê com aspecto de idoso, abandona o filho recém-nascido na porta de um asilo, onde ele é criado por Queenie, uma negra que administra o local.

Benjamin cresce no meio dos velhos do asilo e um dia conhece Daisy, neta de uma das pacientes de lá, e se apaixona imediatamente por ela.

Aos 17 anos Benjamin parte em uma viagem ao redor do mundo e quase 10 anos depois ele retorna para o asilo.

Daisy cresce e Benjamin continua apaixonado por ela, mas o romance entre os dois parece ser impossível por algum motivo.

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Esse filme não precisa de muitas apresentações, acho que todo mundo já ouviu falar, e como deu pra perceber, é bem diferente do conto. 

Pra começar, Benjamin é abandonado pelo pai e criado em um asilo, uma coisa que afeta muito na sua formação como pessoa. O Benjamin do filme tem um corpo velho e mentalidade condizente com a sua idade real, mas as pessoas não deixam de tratá-lo como um velho.

Crescer num asilo faz com que Benjamin se acostume com a morte e com a ideia de que vai morrer um dia. Isso tem outra consequência em sua vida: todos à sua volta estão apenas esperando o dia em que vão morrer, e já viveram tudo o que tinham que viver em sua vida, então elas se importam muito mais com o presente do que com o futuro, elas não fazem planos e não tinham a pressa que os jovens têm.

No entanto, Benjamin era curioso como toda criança, mas foi obrigado a se desenvolver afastado delas, o que fez com que ele indiretamente adquirisse os costumes e comportamentos daqueles que o cercavam. Em outras palavras, a criança foi forçada a agir como um adulto por culpa de sua aparência.

Conforme vai crescendo, Benjamin vai sentindo cada vez mais a necessidade de agir como pessoas da sua idade agem, mas de novo, a sua aparência impede que ele faça essas coisas (a cena em que a avó de Daisy briga com ele por estar brincando com a sua neta), o que não necessariamente impede que ele tenha certas experiências de pessoas da sua idade. Por exemplo, ele é levado pelo capitão Mike (capitão do rebocador em que Benjamin trabalha) a um bordel, onde ele perde a sua virgindade. Naquela época, era comum que os adolescentes tivessem a sua primeira experiência sexual com uma prostituta. É logo depois da cena do bordel que ele fala pela primeira vez com o seu pai biológico (que ele ainda não sabe que é seu pai)  e também toma o seu primeiro porre.

Benjamin conhece Elizabeth, uma mulher mais velha com quem tem um affair, a quem se refere como "a primeira mulher que me amou" e também é a pessoa com quem tem o seu primeiro beijo.

Ele também vivencia os horrores da Segunda Guerra e então volta pra casa.

Benjamin vai atrás de Daisy várias vezes, e a cada vez que se encontram ele está mais jovem e ela, mais adulta. Na primeira vez, Benjamin vai assistir um dos espetáculos dela no teatro (Daisy naquela época era uma bailarina talentosa e prestes a começar uma carreira internacional) e acaba apenas observando ela se divertir numa festa, enquanto ele assume a posição de observador. Isso mostra que Daisy, como uma pessoa normal, estava vivenciando experiências normais para pessoas da sua idade, mas Benjamin, que ainda aparentava ser velho demais, é obrigado a ficar de fora de tudo isso.

É só "no meio do caminho" que Benjamin e Daisy finalmente podem viver juntos, só que uma coisa surge para acabar com essa aparente paz: Daisy descobre que está grávida, e isso gera um conflito interno em Benjamin, pois ele não sabe como vai conseguir criar a filha, sendo que ele está ficando cada vez mais novo, e teme as reações da filha, sendo criada por um pai tão jovem quanto ela.

Por outro lado, Daisy também começa a ficar com medo de envelhecer e viver com um homem cada vez mais jovem, os que as pessoas diriam disso e teme também a ideia de que Benjamin sinta a necessidade de encontrar uma mulher mais jovem (o que não era a intenção dele). A solução encontrada é a partida de Benjamin, que parece ser uma fuga da parte dele, mas é consensual, pois esse também era o desejo de Daisy, mesmo que ela não tivesse consciência disso.

Outra crítica que pode estar intrínseca no enredo é que o Benjamin pode ser uma representação da nossa sociedade pós-guerras. Com a economia mundial decadente por causa das guerras, a juventude nasce envelhecida por causa da incerteza das suas vidas, eles precisam sobreviver de alguma forma, mas mal encontram o que comer. O rejuvenescimento vem com as décadas de 70 e 80, com movimento hippie, a disco music e etc - mesmo que a geração dos anos 70 seja politicamente engajada, ela é, por outro lado, mais irresponsável do que as anteriores. Então temos anos 90 e 2000: a geração atual, que é completamente alienada, não busca se interessar por coisas "sérias" e é muito mais hedonista que as que vieram antes, ou seja, é como uma criança que não se importa com o que acontece com o mundo, contanto que possa brincar e se divertir.

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Enfim, minha opinião sobre o conto: gostei muito, mas ainda prefiro o filme. Quero dar uma lida nos outros contos do Fitzgerald, mas isso vai ser mais pra frente.

Quanto ao filme, eu recomendo muito, ele é lindo, incrível, bem dirigido, tem Cate Blanchett e Brad Pitt. Não precisa de mais nada.

Bom, é isso. Não vou ficar falando mais sobre o que eu achei, o que importa é que eu gostei e recomendo, e acho que já escrevi demais, pra ficar enchendo ainda mais linguiça.

Até mais.

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