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terça-feira, 10 de julho de 2012

O GRANDE GATSBY de F. Scott Fitzgerald

Título: O Grande Gatsby
Título Original: The Great Gatsby
Autor: Francis Scott Fitzgerald
Tradutor: William Lagos
Editora: L&PM Pocket

Bom, não vai ser hoje que eu vou escrever sobre Emma (e a novela continua...), mas enfim, mais um livro do desafio, e eu juro que voltei a ler Emma depois que terminei de ler Gatsby.

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A história se passa no ano de 1922, em Nova York.

Quem narra tudo é Nick Carraway, um jovem que nasceu e cresceu no meio-Oeste americano e que vai para a Primeira Guerra Mundial logo que se forma na Universidade de New Haven.

Quando volta da guerra, ele decide tentar a sorte em Nova York, como corretor de ações, e se muda para um bangalô em West Egg, Long Island. Lá, ele tem como vizinho o misterioso Gatsby, um homem muito rico que dá incríveis festas cheias de luxo todas as noites, mas que ninguém sabe quem ele realmente é.

É nesse cenário que também que somos apresentados a Jordan Baker, uma jogadora profissional de golfe e de caráter um pouco duvidoso e Tom e Daisy Buchanan, prima distante de Nick.

Um dia Nick é convidado para uma das festas de Gatsby, e lá conhece pessoalmente o seu anfitrião e logo se torna amigo íntimo dele e conhecendo o seu passado misterioso.

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Bom, a história é basicamente essa, o resto é spoiler.

A história é toda envolta num clima de jazz e festa e de gente rica que não faz nada da vida, a não ser ficar mostrando pra sociedade como eles são ricos e desocupados.

O Grande Gatsby foi escrito e publicado por Fitzgerald em 1925 e é considerada a sua obra-prima. Fitzgerald é considerado um dos maiores autores norte-americanos do século XX e foi o responsável por deixar a década de 20 conhecida como a "Era do Jazz".

O livro pode parecer se tratar de um assunto fútil, mas mas faz uma forte crítica à sociedade da época.

No período em que a história se passa, o Estados Unidos tinham acabado de sair vitoriosos da Primeira Guerra, mas ainda estavam se recuperando dos impactos causados por ela e também havia a Lei Seca, em que era proibido fabricar, vender, importar e exportar bebida alcoólica nos EUA, que fez com que muitas gangues lucrassem horrores com o tráfico de bebidas.

Entre o fim da guerra e a queda da Bolsa de Nova York (1929), a sociedade americana viveu um período de euforia causado pela vitória na guerra e também de decadência, em que os status das famílias tradicionais estavam ruindo e o trauma e os horrores causados trouxeram consigo novos comportamentos e novas tendências.

O relacionamento entre as pessoas estava existindo cada vez mais no nível da aparência, as pessoas estavam cada vez mais individualistas e quem podia passava mais tempo em festas ou em eventos da alta sociedade, numa forma de escapismo, o que dá para ser claramente notado em Gatsby, pois muitos dos que iam às festas na mansão nem tinham sido convidados, eles apenas estavam à procura de algum lugar para divertir e Gatsby procurava pessoas para entreter.

Mais para frente, no livro, sabemos o motivo pelo qual Gatsby dá tantas festas, e vemos que apesar de ter centenas de convidados em sua casa todas as noites, ele não tem nenhum amigo verdadeiro.

Nick é apenas um personagem secundário numa história contada por ele mesmo, pois o personagem principal é Gatsby e a função de Nick é ajudá-lo a reconquistar o seu antigo amor: Daisy. Os dois se conheceram quando Daisy ainda era solteira e Gatsby ainda não era milionário. Por causa da condição dele, os dois não puderam se casar, mas Gatsby havia pedido para que Daisy o esperasse, coisa que ela não fez. 

No final, depois de uma série de infortúnios, vemos o quão superficiais são as relações entre os personagens dos livros, principalmente Tom e Daisy, que mesmo tendo afetado a vida de muitas pessoas à sua volta de modo negativo, terminam felizes no seu casamento, fingindo que nada aconteceu. E aqui vale a pena citar um trecho do livro:

"Eles eram pessoas muito descuidadas, Tom e Daisy. Quebravam e esmagavam coisas e criaturas e, então, se entricheiravam atrás de seu dinheiro ou se escondiam por trás da sua indiferença ou seja lá o que fosse que os mantinha juntos enquanto deixavam que outros limpassem a sujeira que tinham feito..."

Esse trecho mostra principalmente como são os personagens durante o livro todo e também como era a elite americana da época, em que sensações importavam mais do que percepções e as relações eram vazias, oportunistas e em que os valores morais não valiam nada diante das aparências.

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Agora um pequeno adendo em relação ao filme que eu assisti antes de dar a minha opinião final.

O The Great Gatsby da capa aí da direita foi um filme de 1974 escrito por Francis Ford Coppola e dirigido por Jack Clayton.

Em termos de história, o filme é bem fiel ao livro, não que tenha muita coisa a ser cortada. A Daisy (Mia Farrow) é absolutamente insuportável, assim como a do livro. 

Não gostei muito das atuações em geral. O ator que faz o Tom me lembrava o Borat e o Nick conseguiu ser um bosta ainda maior do que ele é no livro, o que significa ser mais apático e bunda mole do que qualquer ser humano na Terra.

Agora em 2013 (?) vai ter uma versão nova nos cinemas, dirigida pelo Baz Luhrmann (diretor de Moulin Rouge, Romeu+Julieta e Austrália), com o Leonardo DiCaprio e o Tobey McGuire.

Pra quem quiser, tem o trailer aqui.

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Finalmente, minha opinião sobre a história.

Bom, eu achei o enredo meio "meh", e olha que eu já ouvi gente falando que esse era um dos melhores livros que eles tinham lido, etc etc etc.

Não sei se foi porque eu não entendo muito da história dos EUA, mas a crítica do autor não ficou muito clara pra mim. É claro que eu percebi a superficialidade nas relações dos personagens, mas eu li o livro esperando que fosse mudar alguma coisa na minha vida, não que eu quisesse dar uma vassourada na cara de cada um dos personagens. E sinceramente, ainda bem que depois de Gatsby e Emma vem O Hobbit, porque eu não aguento mais ler sobre pessoas ricas que ficam fazendo nada o dia inteiro. É muito chato ler sobre a vida dessas pessoas, só que o ponto é ler essas obras e invejar a vida que elas têm, porque enquanto a Daisy e o Tom podem ser os seres mais escrotos do mundo, eu tô aqui, às 3:27 da madrugada escrevendo essa resenha.

*recalque de pobre*

Enfim, até uma boa parte do livro, a leitura flui sem que nada aconteça, NA-DA, aí de repente, nas últimas 50 páginas tudo acontece e de repente o livro acaba, você xinga todos os personagens, fica com dó e julga o Gatsby, tudo ao mesmo, e também quer que a Nova York dos anos 20 pegue fogo.

Ok, li o livro por causa do desafio, li com esperanças de ser muito bom, mas acreditem: não é. Não recomendo se alguém quiser ler alguma coisa por diversão, mas se quiser conhecer sobre história e ver como era a sociedade americana naquela época: go on, Fitzgerald foi o autor que melhor conseguiu retratar a Era do Jazz, tanto que foi ele quem deu esse nome. Ele conseguiu fazer isso porque viveu aquilo, exatamente aquilo, tanto que Gatsby é quase um alter-ego do Fitzgerald.

Agora acabei. Beijos.

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